Karma e Dharma, Livre Arbítrio e Destino

fevereiro 27, 2021

Muitas de nossas angústias existem pelo fato de resistirmos e não aceitarmos certas situações da nossa vida, ora geradas por fatalidades que nada tem a ver com nossas ações, ora por elas mesmas.
A maior parte do que vivemos, vem de nossas escolhas sendo consequências de nossos atos e palavras, mesmo que não tenhamos consciências disso. Um bom exemplo disso, são os relacionamentos frustrados onde, na nossa ótica, nada podia dar errado pois, a pessoa era perfeita e nós só fizemos coisas boas e demos nosso melhor.
Se uma relação dessas gera uma grande realização, uma decepção passageira ou um grande desastre com consequências sérias, dificilmente poderemos dizer que foi um castigo dos Deuses uma vez que houve um momento em tivemos a oportunidade de rejeitá-la, de seguir outros caminhos, ficando com outras pessoas ou mesmo sozinhos. E, nesse momento, a escolha foi nossa.
No livro de Terry Lynn Taylor “Anjos Guardiães da Esperança”, o autor cita, logo nas primeiras frases, que “Eu e você nascemos com um dom…” e que esse seria um dos maiores presente que Deus nos deu e um dos nossos grandes poderes. O dom e o poder de fazer escolhas e, dessa forma, sermos co-criadores de nossa vida.
É uma reponsabilidade enorme! E que bom! A nossa liberdade é o prêmio que ganhamos por ter de assumir as consequências de nossas escolhas. Podes até ser ”filhos” de um grande “pai” (ou mãe, ou o que quer que você queira chamar) mas, nem por isso devemos nos desresponsabilizar de nossos atos colocando a culpa no destino, em Deus e na vida quando tudo dá errado.
Aceitarmos o fracasso como aceitamos o sucesso é uma forma de entendermos onde erramos, além de nos ensinar como não errar mais daquela maneira, como diz Terry, de: “Fazer escolhas positivas”.
Quando entendemos que a vitória não vem sem antes sermos derrotados, que antes do acerto e da perfeição vemos erro, conseguimos minimizar ou até eliminar a sensação de frustração e perda e a consequente perda da autoestima. Nisso, os orientais saem na nossa frente. Eles têm a idéia de que tudo está interligado e se afeta continuamente. Então, sua cultura lhes permite entender as consequências dos seus atos tendo a oportunidade de melhorar muito a sua qualidade de vida.
Karma é um conceito totalmente deturpado pela nossa cultura. Ele soa, dentro da nossa cultura, como algo ruim , negativo, pesado, um castigo por um mal que fizemos em outras vidas. Quem já ouviu alguém dizer com pesar e ar aborrecido: “Esse pessoa é o meu Karma!”
Ledo engano… A idéia do Karma na cultura oriental está ligada diretamente ao de Dahrma.
Dahrma é a Lei Natural, a virtude, a realidade, o caminho para verdade, o equilíbrio. Uma zona de conforto onde as coisas fluem e praticamente não há dor ou sofrimento.
Por que? Porque o dahrma é a nossa essência verdadeira, aquilo que realmente somos, descreve o que nos faz bem, a nossa missão no mundo. O que poderíamos entender como “Destino”, mas numa concepção muito mais leve do que a que nos foi apresentada.
Sabe quando uma pessoa domina suas habilidades e tudo que para nós é difícil mas para ela é fácil e simples, fluindo com graça e beleza, como um pintor criando um quadro, um cantor no palco, um acrobata no circo? Isso é viver seu Dahrma. Só que esse conceito não se limita às habilidades artísticas e criadoras ou a capacidades profissionais, mas sim a vida como um todo.
Como Karma se liga ao dahrma? O karma é uma lei. Karma significa ação e vai representar o mecanismo de ação e reação que é ativado pelas suas escolhas. Quanto mais conscientes forem e, de acordo com a sua natureza ou o seu equilíbrio, mais profundos, benéficos e duradouros serão seus benefícios.
Dessa forma o Karma pode nos aproximar ou afastar do Dahrma, sendo o meio pelo qual nós nos descobrimos em nossas ações e suas consequências no mundo. Daí a necessidade urgente de autoconhecimento.
Tudo isso não nos liberta dos desastres a calamidades da vida pois, isso faz parte dela e do nosso caminho como seres humanos, materiais e limitados. Porém, esse conhecimento nos ajuda a compreender e receber melhor esses fatos, minimizando seu dano ou ajudando a dor a não se tornar sofrimento prolongado.
Aceitar os as coisas como elas são: fruto de nossas escolhas ou parte da nossa existência é o grande segredo para uma vida mais harmônica e feliz.

<b>Um grande aliado do Homem na vida é o Oráculo que o ajuda a se conhecer com mais profundidade, aproveitando assim, mais plenamente, seus potenciais e, também, a entender as consequências de suas escolhas.</b>
Os oráculos lhe darão uma visão mais ampla do seu momento e apresentará a você as probabilidades dos acontecimentos da sua vida, bem como as consequências das suas escolhas.
Os oráculos são ferramentas e meios que nos permitem falar com Deus e descobrir que ele se encontra dentro de nós, de cada um, de cada ser. 
E, como já se dizia em Delfos, na Grécia:
“nada demais” (mêdien ágan). Atenção a medida e rejeição, o excesso “conhece-re a ti mesmo” (gno^~thi seautón).
A importância da autonomia na busca da verdade e a da introspecção “tu és”, “tu também és uma parte do divino” Seja ele o que for.
Escrito por Alexsander Lepletier

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